Não é novidade que os brasileiros, neste momento, representam a maioria dos residentes estrangeiros em Portugal, já são inclusive os que mais investem em imóveis em Lisboa e no Porto. No entanto, a nacionalidade também está incluída em dados menos positivos. O Relatório Anual de Segurança Interna 2017, divulgado pelo Sistema de Segurança Interna português recentemente, aponta que 60% dos imigrantes barrados na fronteira são do Brasil.
Entre os principais motivos para o impedimento na entrada, estão a ausência de documentos e comprovações requisitadas, como meios de subsistência durante a estadia, e mentiras contadas aos oficiais da imigração sobre as reais razões da viagem. Ou seja, as autoridades estão cada vez mais atentas à prática bastante comum de entrada no país como turista quando a verdadeira intenção é encontrar um emprego. Por isso, é sempre mais seguro encontrar uma forma de morar legalmente ao invés de arriscar.
A predominância do Brasil nesta situação é tão absoluta que a diferença entre a segunda nacionalidade mais barrada, a angolana, é gritante: os nacionais da Angola representam cerca de 7% dos imigrantes retidos na imigração.
De acordo com o relatório, outro tipo de fraude que também aumentou em relação a 2016, e que também envolve brasileiros, foi o casamento de conveniência. Por ser um país menos exigente no que diz respeito à obtenção da nacionalidade através da união, Portugal desperta o interesse daqueles que buscam uma forma fácil de legalização. A cidadania pode ser atribuída em apenas três anos de matrimônio ou união de fato com um cidadão português.
Todo o contexto de intenso fluxo migratório exerce pressão às fronteiras portuguesas e é provável que a vigilância se torne mais apertada nos próximos tempos. No entanto, o documento estabelece que o foco estará em práticas de imigração ilegal consideradas mais danosas, como as relacionadas com tráfico de pessoas, falsificações de documentos e associação de auxílio à imigração ilegal.